Acá les dejamos las letras del disco nuevo de ABADA Capoeira, Mestre Cobra. Las canciones que están en esta entrada son las siguientes:
-Guerra do Paraguai
-Nego vai
-Capim amassado
-Estrela que brilha no céu da Bahia
-Dendê
-Madeira boa
-Jogo dos grandes Mestres
-Abalô Cachoeira
-Baraúna caiu
-Sonho de menino
-Rio de Janeiro
-Tem cobra enrolada no toco
-Apartheid
-Angola eê
-Sinhá
-Areia do mar
-Velente Besouro
-Ê Idalina
Para ver las letras completas hagan click en Read More!
Guerra do Paraguai
Na guerra do Paraguai
uma raça se destacou
na destreza e na coragem
muitas glórias conquistou
Havia um negro
o nome Negro Tião
foi pra guerra voluntário
em troca de liberdade
No patanal
a batalha do Tuiuti
Guarani Cerro Corá
ele mostrou o seu valor
Na negativa
rasteira, rabo de arraia
faca de ponta, zagaia
foi ganhando promoção
Mas quis a sorte
e uma lança certeira
o roubou a derradeira
esperança de liberdade
Sangue correu
em pantanais paraguaio
em mais uma terra estranha
um corpo negro tombou
E o seu sangue
não era preto, nem escravo
nem azul, nem de outra cor
Era vermelho
que se espalhou como vento
trazendo um forte alento
para o povo brasileiro
Camaradinha...
Nego vai
Vai nego, nego vai
Lutar pela sua gente no Paraguai
Vai nego, nego vai
Capim amassado
Capim massado
o bicho deitou
Capim massado
O bicho deitou
Estrela que brilha no céu da Bahia
Estrela que brilha no céu da Bahia
que brilha no céu da Bahia, me guia
Estrela
Estrela que brilha no céu da Bahia
que brilha no céu da Bahia, me guia
A noite na Bahia
brilha cada vez mais
no chão daquela terra
Seu Bimba descansa em paz
Estrela
Apontando para a estrela
no leito abandonado
Mestre Pastinha disse
eu vou brilhar do teu lado
Estrela
O seu clarear tão forte
clareava o terreiro
onde Seu Waldemar
tocava Gunga voizeiro
Estrela
Estrela que iluminava
fazenda do senhor
ilumina o caminho
me leva a Salvador
Estrela
Eu vou pela barra fora
na volta que o mundo dá
estrela que me conduz
brilha no céu de lá
Estrela
Dendê
Dendê, Dendê
lálá e lá, lálá e lá
ô dendê
Dendê, Dendê
lálá e lá, lálá e lá
Levou rasteira
balançou, caiu no chão
se perde a cabeça
também perde a razão
ô dendê
Pro capoeira
que não joga, só estranha
pois acredite
se bater, também apanha
ô dendê
O capoeira
já nasce natural
com manha e malícia
não seja artificial
ô dendê
Quando treinar
ponha na consciência
seja capoeira
não viva de aparência
ô dendê
No jogo duro
com malícia e com mandinga
olho no olho
cuidado, mantenha a ginga
ô dendê
Madeira Boa
Vou esperar a lua voltar
Eu quero entrar na mata aê
Eu vou tirar madeira boa
Pro meu berimbau fazer
Vou esperar a lua voltar
Eu quero entrar na mata aê
Eu vou tirar madeira boa
Pro meu berimbau fazer
Madeira boa é como amizade
Mas é difícil de se encontrar
A amizade eu guardo no peito
E da madeira vou fazer meu berimbau
Se Mestre Bimba estivesse aqui
Pra me ensinar a escolher madeira
Eu entrava agora na mata
Tirava Ipê e Pau Pereira
A noite vem eu entro na mata
Lua clareia, vou procurar
Jequitibá e maçaranduba
O guatambu eu devo achar
Na velha África se usava o Ungo
Nas grandes festas religiosas
O Kingenge é um dialeto Umbundo
É o berimbau que conquistou o mundo
Na lua cheia vou colher os frutos
e na minguante eu tiro a madeira
vou pra fazer o meu berimbau
vou pra tocar na capoeira
Jogo dos grandes Mestres
Foi no Bairro da Lapinha
Que a velha guarda se encontrou
Estava lá
Waldemar, Cobrinha Verde
João Grande, João Pequeno
Traíra e Maré
E era Angola
jogo que imperava
a mandinga e a negaça
a vitória do saber
E Waldemar
tocando seu berimbau
mandou uma ladainha
todos prestaram atenção
Fez louvação, cantou corrido
foi que a roda começou
Rabo de arraia
negativa de angola
jogo em cima, jogo em baixo
capoeira pra valer
e quem olhou
nao pôde mais esquecer
jogo dos grandes Mestres
que acabou de acontecer
camaradinha...
Abalô Cachoeira
Abalô Cachoeira, abalô
Abalô deixa abalá
Abalô cachoeira, abalô
Sonho de menino
Cantando as estrelas do céu, do céu, do céu
eu revi o meu destino
cada estrela era um passo meu para buscar
o meu sonho de menino
Cantando as estrelas do céu, do céu, do céu
eu revi o meu destino
cada estrela era um passo meu para buscar
o meu sonho de menino
Mas quando eu era menino
sonhava em ter um abadá
uma corda na cintura, segura
e um berimbau pra tocar
Eu posso ser um sonhador
ter muita imaginação
mas com a força da capoeira, tocando meu berimbau
tenho os meus sonhos nas mãos
Mas o tempo vai passando
continue na sua peleja
um dia se Deus quiser, vem pro Rio de Janeiro
buscar sua corda vermelha
Mas o tempo foi passando
continuei na minha peleja
vim pro Rio de Janeiro, treinei, me dediquei
peguei a minha corda vermelha
Tem cobra enrolada no toco
Tem cobra enrolada no toco
abre o olho seu moço
abre o olho seu moço
abre o olho seu moço
Tem cobra enrolada no toco
abre o olho seu moço
abre o olho seu moço
abre o olho seu moço
A cobra na capoeira
é um sinal de perigo
peçonhenta e traiçoeira
abra o olho meu amigo
Pode ser a cascavel
Cobra Coral, Jaracuçu
mas o bote mais cruel
é a tal da Urutu
Urutu Cruzeiro
deste nome não se esqueça
é preta de corpo inteiro
e tem uma cruz na cabeça
Pensei que foi Sucuri
Jararaca é que não foi
agora acabei de ver
A Urutu matou meu boi
Apartheid
Antigamente
o negro era acorrentado
vivia escravizado
sem ter paz na sua vida
E de repente
acabava a escravidão
o negro é solto em liberdade
sem ter muita informação
Mas e agora
o que é que eu vou fazer
eu tenho que sobreviver
e não sei ler nem escrever
Vou trabalhar no cais
para o meu filho estudar
quem sabe algum dia
conseguir se afirmar
Depois de tanto sofrimento
vejo que tudo foi em vão
pois o negro é mau olhado
pela discriminação
Ô vejam só a minha terra
que eu não tenho mais direito
esse tal de Apartheid
só aumenta o preconceito
Isso que é a liberdade
a maneira de dizer
eu agora sou escravo
de um outro tipo de poder
Angola eê
Angola eê
Angola eê, Angola
Angola eê
Angola eê, Angola
Sinhá
Chama dona sinhá na casa grande
Chama dona sinhá na casa grande
Ô Dona Sinhá
Chama dona sinhá na casa grande
Chama dona sinhá na casa grande
Perfume de lavanda
era o cheiro do lençol
o negro de Luanda
cortando a cana debaixo do sol
Ô Dona Sinhá
Na beira do riacho
o canto da lavadeira
recôncavo baiano
fazenda canavieira
Ô Dona Sinhá
De outubro a fevereiro
a colheita acontecia
o escravo trabalhava
o senhor do engenho enriquecia
Ô Dona Sinhá
Cascata de sangue jorrando
amarrado ao tronco a noite inteira
capataz capturou
o negro na capoeira
Ô Dona Sinhá
Areia do mar
Areia do mar, areia do mar
o que você tem, para me contar
Areia do mar, areia do mar
o que você tem, para me contar
Onda que quebra na praia
quebrava no casco do navio
navio que trouxe de Angola
o negro para o Brasil
Vagando sobre o mar
chegava o tumbeiro
trazendo negros de batalha
de espírito guerreiro
Me conta de Pastinha
e de Bimba por favor
seu Pastinha na marinha
Mestre Bimba estivador
Areia que leva e traz
histórias de algibeira
vou visitar o Pero Vaz
aprender a história da capoeira
Dia dois de fevereiro
Bahia me chamou
lavagem do Bonfim
cidade de Salvador
Valente Besouto
Nem todo valente se chama Besouro
Nem todo valente se chama Besouro
Chama Besouro
Nem todo valente se chama Besouro
Nem todo valente se chama Besouro
Quem trança atabaque peleja no couro
nem todo amarelo é ouro
nem tudo que sobe desce
nem todo valente se chama Besouro
Chama Besouro
Hoje é dia de festa
teve missa e procissão
a roda é na praça da igreja
valentia hoje não
Chama Besouro
De longe vejo o cortejo
o santo vem no andor
quem quiser pagar promessa
pague pra Nosso Senhor
Chama Besouro
Ontem era, hoje não é
nem tudo que balança cai
berimbau tocou sereno
mandinga e molho meu rapaz
Chama Besouro
O toque do gunga diz
tudo tem hora e lugar
quem sabe na academia
é melhor de vadiar
Chama Besouro
Ê Idalina
Ê Idalina, ê Idalina
vem jogar capoeira
Idalina, ina
Vem mostrar seu gingado
Vem tocar berimbau
Vem tocar o pandeiro
Idalina vem pra roda
vem mostrar o seu gingado
o toque do berimbau
que lhe fez o chamado
Ê Idalina, ê Idalina
Seu tabuleiro na praça
todo mundo já conhece
quem te vê jogar na roda
eu sei que nunca esquece
Também chame Catarina
que é pra te acompanhar
Idalina não te esqueças
todos querem ver jogar
lunes, 13 de abril de 2009
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